Economia e emoção
É preciso criar um clima de tranquilidade, deixando o confronto para um período curto da agenda política, e as investigações, para o Judiciário
A economia moderna se baseia muito no ambiente de negócios proporcionados pelos países, com políticos pró capital, sem prejuízo, é claro, para a correta mão de obra e ao fiel cumprimento das leis.
A China, com parte de sua população ainda subempregada, uma ditadura sem direitos sociais, é a exceção que confirma a regra.
O Brasil vive um momento de acirramento de ânimos que não contribui para a paz social, política e o enfrentamento de uma imensa crise na sua economia, nos seus números mais importantes.
Apesar de ser dona de um temperamento difícil, a presidente tem dado provas de boa vontade ao tentar corrigir equívocos do primeiro mandato. E deve ser estimulada a prosseguir neste caminho.
Não podemos viver na agitação das ruas, e buscarmos investimentos, rolamos uma dívida de dimensão razoável – temos, sim, mais de 300 bilhões de dólares de reservas, mas devemos mais de 500 bilhões.
Precisamos manter o mercado interno em patamar médio dos últimos anos e, principalmente, ganharmos credibilidade no setor financeiro mundial.
Na verdade, a oposição dividida e sem um líder desenvolve ações nem sempre dentro dos padrões do bom senso e do respeito às normas democráticas.
A presidente abriga em seu governo elementos de pensamento radical, assim como uma ala significativa de incendiários. É preciso união pelo centro.
O Congresso poderia colaborar e juntar, no esforço concentrado de uma semana, todas as medidas que faltam de ajuste fiscal e de reformas que possam tornar melhor o ambiente de investimentos, para que se passe logo à prática.
Perder tempo discutindo, negociando e dificultando só agravará a crise. Ceder aos políticos ou aos grupos ideológicos só atrapalhará. Votar as medidas fatiadas pode custar caro demais.
É preciso equilíbrio, uma pausa na ação meramente política e deixar o Judiciário livre para julgar os malfeitos na Petrobras e em outros setores estatais, inclusive estaduais.
Não é possível um país viver em permanente tensão política e social e ainda por cima cuidar de imensas dificuldades na economia. O dinheiro tem medo, não gosta deste ambiente.
Esta conta acaba custando ao povo como um todo, com empresários e grupos internacionais afetados em suas empresas, trabalhadores em seus empregos. É preciso responsabilidade e menos emoção. Empurrar a presidente para os braços dos radicais não é prudente!
O capital para investimento não virá com tanta burocracia e a insegurança provocada por ambientalistas, por exemplo. E esta legislação trabalhista e previdenciária fora da realidade mundial.
A oposição vem errando ao criticar as boas iniciativas do governo, quando poderia se concentrar, objetivamente, nos casos graves de desvios de dinheiro, inclusive em financiamentos a países sem crédito internacional.