Varejo abriu 6,2 mil postos de trabalho em julho
Em julho, foram abertos 6,2 mil postos de trabalho - o maior saldo de empregos desde novembro de 2016, de acordo com a FecomercioSP
O comércio varejista no Estado de São Paulo voltou a criar empregos formais após dois meses seguidos de desempenho negativo.
Em julho, foram abertos 6,2 mil postos de trabalho, resultado de 68,3 mil admissões contra 62,1 mil desligamentos. Foi o maior saldo de empregos desde novembro de 2016, mês caracterizado pela contratação de temporários, e apenas a segunda vez no ano em que o setor registrou mais admissões do que desligamentos.
Assim, o varejo paulista encerrou o mês com um estoque ativo de pouco mais de dois milhões de trabalhadores formais, leve queda de 0,3% na comparação com o mesmo mês de 2016.
No acumulado dos últimos 12 meses, foram extintos 5,3 mil empregos com carteira assinada, porém, inferior ao verificado no mesmo período de 2016, quando foram extintos 69,4 mil vínculos formais.
Os dados compõem a Pesquisa de Emprego no Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PESP), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, calculado com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
Entre as nove atividades pesquisadas, apenas três apontaram crescimento no número total de empregos em julho na comparação com o mesmo mês de 2016: farmácias e perfumarias (2,5%); supermercados (1,7%); e autopeças e acessórios (0,5%).
Por outro lado, os piores desempenhos foram registrados nos segmentos de concessionárias de veículos (-3,5%); lojas de vestuário, tecidos e calçados (-2,5%); e materiais de construção (-2,4%).
De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, dois aspectos denotam significativamente o bom momento do mercado de trabalho varejista, trazendo boas perspectivas neste início de segundo semestre após um início de ano muito difícil.
Foi o maior saldo de empregos com carteira assinada para o mês de julho desde 2012. Ainda que os supermercados sejam responsáveis pela metade da geração de vagas no mês, houve uma difusão do bom desempenho, já que sete das nove atividades avaliadas registraram mais admissões do que desligamentos, e onde essa realidade não ocorreu, a extinção de vagas foi bastante residual.
Observando os dados por ocupações, as profissões com maior geração de vagas em julho foram as de vendedores e demonstradores (3,3 mil vagas) e de embaladores e alimentadores de produção (886 vagas).
De acordo com a entidade, ainda é cedo para falar em uma reação consolidada do emprego formal no setor, mas o bom número de julho traz perspectivas positivas para o restante do ano.
Ainda que o resultado acumulado dos sete primeiros meses de 2017 seja negativo em pouco mais de 24 mil vagas, no trimestre de abril a junho houve praticamente uma estabilidade do estoque ativo de vínculos, sendo alterado positivamente e de forma significativa apenas em julho.
Para a entidade, espera-se que a abertura de postos de trabalho celetistas permaneça daqui para frente, dada a conjuntura mais favorável ao consumo das famílias, com inflação baixa, juros em queda e o próprio estancamento da evolução do desemprego, além da chegada do Natal, a data mais importante para o varejo.
VAREJO PAULISTANO
O comércio varejista da capital paulista seguiu o bom desempenho estadual e abriu 2,5 mil postos de trabalho em julho, resultado de 21,2 mil admissões contra 18,6 mil desligamentos.
Com o resultado, o estoque total atingiu 646,2 trabalhadores, estável em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado dos últimos 12 meses foram extintos 93 postos de trabalho.
Das nove atividades pesquisadas, apenas três apresentaram crescimento no estoque de trabalhadores em julho, na comparação com mesmo mês de 2016: farmácias e perfumarias (4,8%); supermercados (1,7%); e autopeças e acessórios (0,7%).
Em contrapartida, os segmentos de concessionárias de veículos (-3,6%); lojas de vestuário, tecidos e calçados (-2,5%); e materiais de construção (-2,4%) apontaram os piores desempenhos do mercado de trabalho do varejo paulistano na mesma base comparativa.
METODOLOGIA
A Pesquisa de Emprego no Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PESP) analisa o nível de emprego do comércio varejista.
O campo de atuação está estratificado em 16 regiões do Estado de São Paulo e nove atividades do varejo: autopeças e acessórios; concessionárias de veículos; farmácias e perfumarias; lojas de eletrodomésticos e eletrônicos e lojas de departamento; matérias de construção; lojas de móveis e decoração; lojas de vestuário, tecido e calçados; supermercado e outras atividades.
As informações são extraídas dos registros do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
FOTO: Thinkstock