Mesmo na crise, consumidores lotam lojas em busca de brinquedos
Na véspera do Dia das Crianças, estabelecimentos da rua 25 de Março ficam abarrotados. De olho em quem deixa tudo para a última hora, comerciantes avisam que vão abrir as portas no feriado
No que depender do movimento de pessoas circulando na rua 25 de Março, a crise acabou.
Ao menos, esta é a sensação que ficou para quem caminhava pela região na tarde desta terça-feira (11/10), véspera do Dia das Crianças.
Tradicionais lojas como a Armarinhos Fernando, Matsumoto, Semann, MP Brinquedos e outras menores estavam lotadas.
O empurra-empurra para conseguir um lugar dentro dos estabelecimentos, na busca incansável por um brinquedo que agradasse o filho, neto, sobrinho ou até mesmo um vizinho querido, já começava na rua.
Filas de pessoas se posicionavam a metros de distância dos caixas para o pagamento.
Nos pacotes, bonecas, bolas, carrinhos e helicópteros de controle remoto. Mas também houve quem preferisse presentear com um drone, novidade que invadiu o setor de brinquedos nos últimos anos. Na Armarinhos Fernando, o drone mais barato saía por R$ 160,00.
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“Hoje o movimento está bom. Mas ontem (segunda-feira) foi ainda maior. É sempre assim: o cliente não perde o costume de deixar para a última hora”, afirmou Deivid Jéferson, 37 anos, gerente da Armarinhos Fernando.
Deivid disse que o setor aguarda demanda ainda maior para o Natal. “Estamos otimistas. Pelo que percebemos nestes dias que antecedem o Dia das Crianças, o Natal será ainda melhor”, disse.
E qual é o brinquedo que as crianças mais querem ganhar na data?
Meninas de até cinco anos de idade continuam pedindo bonecas. Meninos, até a adolescência, ainda querem bolas, de preferência, ou carrinho com controle remoto.
Para realizar os sonhos de seus quatro netos - duas meninas e dois meninos -, Juvenal Silva, de 81 anos, estava na fila para pagar pelos brinquedos que comprou.
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Ele veio de Itaquera, bairro da zona leste de São Paulo, e havia comprado duas bonecas (R$ 34 cada), um robô (R$ 14) e um coelho de pelúcia (R$ 15). Chegou à loja com as contas feitas, com a intenção de gastar no máximo R$ 100,00.
Do outro lado da 25 de Março, João Batista, 32 anos, gerente da Matsumoto, também fazia as contas. E não tinha do que se queixar. O movimento na loja aumentou bastante desde sexta-feira (07/10).
“Vendemos bastante. A maior parte dos brinquedos mais baratos (R$ 7 a R$ 50) acabou. Mas também vendemos produtos considerados mais caros. Tínhamos motos elétricas de R$ 530,00 que foram bem vendidas”, afirmou.
Na Matsumoto, os preços das bonecas variavam de R$ 7,00 a R$ 89,00. Todas as lojas, de olho no consumidor que deixa para a última hora, prometem abrir nesta quarta-feira.
“Ainda restam muitos brinquedos. Temos motocicletas, triciclos e pedalinhos, com preços que variam de R$ 127, 00 a R$ 315,00”, disse.
Tem opções para todos os gostos e necessidades. Por exemplo, alguns consumidores quiseram evitar o empurra-empurra da região da 25 de Março, e optaram por uma loja bem menor, localizada nas proximidades da Praça da Sé.
A Toymania, na Manoel da Nóbrega, exibiu o aviso de que os brinquedos estavam sendo vendidos com 50% de desconto. Eduardo Carvalho, gerente da loja, lembrou que os produtos vendidos pela metade do preço são os que estão fora de linha ou com a embalagem avariada.
Segundo ele, o produto que mais vendeu nestes dias que antecedem o Dia das Crianças foram os brinquedos de montar Lego e as massinhas Shopkings, que viraram mania.
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Pelo que se viu, nas horas que antecedem à data tão aguardada pela garotada, a estimativa de Synésio Batista da Costa, presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) está perto de ser concretizada.
“A indústria está apostando no aumento do consumo per capita. Em 2010, cada criança brasileira ganhava em torno de cinco brinquedos. Este ano a média deve chegar a sete brinquedos”, disse.
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FOTOS: Wladimir Miranda