Dirigentes da Acim animados com possibilidade de mudança
Dirigentes da associação comercial avaliam a expectativa do comércio com as mudanças políticas
A diretoria da Associação Comercial e Industrial (ACI) de Marília considera válida a mudança administrativa no Governo Federal, e observa o ato como estimulante para o comércio em geral. A mudança no Governo Federal parece afetar positivamente as expectativas dos agentes econômicos, e o sinal disso é quanto ao Índice de Confiança do Consumidor (ICC), calculado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio/SP) e cuja escala de pontuação varia de zero (pessimismo total) a 200 pontos (otimismo total). “Não tenho a menor dúvida de que estamos vivendo um momento de esperança”, disse o presidente da associação comercial, Libânio Victor Nunes de Oliveira, ao acompanhar o processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff.
O ICC de maio registrou crescimento de 3,6% na comparação com o mês anterior e atingiu 90,9 pontos. A alta foi motivada pelo forte aumento do componente que mede as Expectativas do Consumidor (IEC), que subiu 7,5% em relação a abril e chegou a 119,9 pontos, o maior valor desde novembro de 2014 - quando os resultados foram afetados pela disputa do 2º turno da eleição presidencial. Na comparação com maio de 2015, o IEC apontou elevação de 21,4%, a maior alta anual desde abril de 2010. “Isso sugere uma reversão de expectativas dos consumidores, que seguem pessimistas, mas passaram a acreditar em uma melhora das suas condições econômicas futuras”, comentou o superintendente da Acim, José Augusto Gomes, ao avaliar os números apresentados.
O outro componente do indicador, que mede a avaliação dos consumidores em relação às condições econômicas atuais (ICEA), atingiu 47,4 pontos em maio, queda de 8,8% na comparação com abril e de 41,8% ante o mesmo mês do ano passado. De acordo com os analistas, apesar da melhora das expectativas, a situação financeira dos consumidores ainda está sendo negativamente afetada pelos juros altos, pela queda da renda e pelo aumento do desemprego. “Existe a esperança, mas a realidade ainda é de dificuldade”, completou o tesoureiro da associação comercial, Gilberto Joaquim Zochio. Ao longo de 2015, o ICC sofreu quedas muito fortes em ambos os componentes (ICEA e IEC), que atingiram patamares próximos aos menores já registrados na série histórica iniciada em junho de 1994. Mais recentemente o indicador começou a mostrar estabilidade, mas por causa de comportamentos distintos de seus componentes: enquanto a percepção média da situação atual continuava a piorar em 2016, as expectativas futuras começaram a dar sinais de elevação. Esses sinais, não coincidentemente, se intensificaram com a perspectiva real de um novo governo assumir a condução do país.
No indicador calculado a partir das entrevistas realizadas no final de abril e divulgado agora em maio, houve forte melhora na avaliação das expectativas (+7,5%), o que puxou para cima o ICC, ao passo que as condições econômicas atuais continuam a se deteriorar na visão do consumidor. Não por acaso essa percepção se acentuou após a probabilidade de troca de comando no governo ter ficado muito alta. Afinal, segundo os dados da FecomercioSP, o consumidor já compreendeu que a recuperação da economia passa, necessariamente, por uma reorganização política capaz de aglutinar forças, conquistar governabilidade e, com isso, propor e aprovar medidas e reformas da economia.