Faturamento da indústria volta a crescer em junho, mas emprego cai
A alta mensal, porém, está longe de reverter um ano difícil para o setor, que no semestre já acumula recuo de 11,5% no faturamento
Depois de três meses de queda, o faturamento industrial cresceu em junho, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira, 1/08, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Na comparação com maio deste ano - e excluindo o efeito calendário, o faturamento do setor aumentou 2%.
"Mesmo sem indicar reversão do ciclo recessivo, os dados mais diretamente ligados à produção registraram crescimento na comparação com o mês anterior", trouxe o estudo da CNI.
Na comparação com junho do ano passado, porém, o recuo no faturamento da indústria ainda é de 8,2%. Considerando o primeiro semestre deste ano, a queda é de 11,5% em relação aos seis primeiros meses de 2015.
Em junho, também houve melhora na utilização da capacidade instalada na indústria, que chegou a 77,4% depois de ter ficado em 77,1% em maio.
Mesmo assim, a ociosidade do parque industrial ainda é 1,2 ponto superior à verificada no mesmo mês do ano passado.
Já as horas trabalhadas na indústria cresceram 0,2% em junho na comparação com maio, mas ainda estão em um patamar 7,7% inferior ao desempenho do mesmo mês de 2015.
Na comparação semestral, os seis primeiros meses deste ano tiveram um resultado 9,6% menor que o verificado na metade inicial do ano passado.
EMPREGO
Apesar de darem sinais de melhora no faturamento e na produção, as fábricas continuaram demitindo em junho, de acordo com dados da CNI.
O indicador que mede o emprego no setor continuou sua longa trajetória de queda que vem desde o começo de 2015 e registrou uma baixa de 0,6% em relação a maio.
Na comparação com junho do ano passado, a redução nos postos de trabalho chega a 8,3%. No primeiro semestre deste ano, o emprego na indústria obteve um desempenho 9,1% inferior ao registrado nos seis primeiros meses de 2015.
Com mais demissões, a massa salarial dos trabalhadores da indústria também caiu 0,6% em junho na comparação com maio. O ritmo de queda diminuiu, já que em maio houve uma redução de 1,1% ante abril.
Em relação a junho do ano passado, o recuo foi de 8,9%. No primeiro semestre deste ano, a massa salarial foi 9,9% menor que a do mesmo período de 2015.
Já o rendimento médio do trabalhador da indústria ficou estável em junho, mas acumula uma queda de 0,6% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Considerando o primeiro semestre de cada ano, a queda no rendimento médio dos empregados do setor foi de 0,8%.
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