Indústria paulista fecha 9,5 mil vagas em junho
Resultado representa uma queda de 0,44% na comparação com o mês anterior, de acordo com a Fiesp. No mês de maio, somente a indústria da construção civil já havia fechado 4,6 mil vagas
A indústria paulista demitiu 9,5 mil trabalhadores em junho, o que representa queda de 0,44% na comparação com o mês anterior.
No acumulado do primeiro semestre, os números foram positivos, com 10 mil novas vagas de trabalho, o melhor resultado desde 2013.
Os dados são da Pesquisa de Nível de Emprego em âmbito estadual da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Entre os 22 setores pesquisados, apenas o de couro e calçados ficou positivo, com geração de 233 vagas.
O resultado foi negativo em 17 setores e quatro permaneceram estáveis. Entre os que tiveram resultado negativo, o destaque foi produtos alimentícios, que fechou 2,3 mil vagas.
Impressão e reprodução de gravações fechou 1.332 vagas, bebidas tiveram redução de 1.302 vagas e móveis, queda de 1.118.
Nas 36 regiões paulistas, 17 tiveram alta, com destaque para Jaú (1,13%), influenciada pelo setor de produtos de metal (18,18%) e produtos alimentícios (1,16%).
Em São Caetano do Sul, houve alta de 0,59%, impulsionada pelos móveis (3,19%) e produtos alimentícios (1,74%). Em Limeira, a alta foi de 0,48%, influenciada por veículos automotores e autopeças (1,64%) e produtos alimentícios (2,34%).
A maioria (27 municípios), porém, teve resultado negativo. As maiores quedas foram registradas em Botucatu (-4,34%), com artigos de vestuário (-32,53%) e produtos alimentícios (-0,42%); Santos (-1,65%), influenciada por produtos de metal (-9,31%) e produtos minerais não metálicos (-1,90%) e Matão (-1,49%), máquinas e equipamentos (-2,18%) e produtos alimentícios (-0,94%).
CONSTRUÇÃO EM MAIO
A indústria da construção civil também fechou vagas. Em maio, 4.646 postos de trabalho foram fechados. Isso representa o 32º mês consecutivo de demissões no setor.
Com isso, o número de empregados na área caiu 0,19% na comparação com abril.
Já nos últimos 12 meses, a baixa foi de 12,07%. Os dados fazem parte de pesquisa do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE).
Em maio, o número de pessoas empregadas no setor chegou a 2,4 milhões. Em outubro de 2014, primeiro mês da série ininterrupta de demissões, havia 3,5 milhões de empregados na área.
"Se há algum descolamento da economia real da crise política, isso ainda não chegou à indústria da construção como um todo", diz o vice-presidente de Economia do SindusCon-SP, Eduardo Zaidan, em nota distribuída à imprensa.
No mês de maio, houve redução dos postos de trabalho nas regiões Sudeste (-0,42%), Nordeste (-0,25%) e Sul (-0,08%), enquanto as demais regiões tiveram crescimento: Norte (0,69%) e Centro-Oeste (0,61%). Os piores números no Sudeste foram registrados em São Paulo (-0,72%) e no Rio de Janeiro (-0,64%).
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