Construção cortou 14 mil vagas de trabalho em fevereiro
Essa foi a 29ª queda mensal consecutiva no emprego do setor, de acordo com SindusCon-SP
O setor da construção civil cortou 14.070 vagas de trabalho em todo o Brasil no mês de fevereiro. Com isso, a quantidade de pessoas empregadas no setor atingiu 2,48 milhões, queda de 0,56% em relação a janeiro e baixa de 13,95% em comparação com fevereiro do ano passado.
Os dados fazem parte de pesquisa divulgada nesta terça-feira (18/04), pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE).
Essa foi a 29ª queda mensal consecutiva no emprego do setor. Em outubro de 2014, primeiro mês de variação negativa, havia 3,57 milhões de pessoas empregadas na área. De lá para cá, a queda atingiu 1,08 milhão de postos de trabalho.
"A intensificação do desemprego na construção resulta da redução contínua do volume de novas obras, decorrente do prolongamento da recessão econômica", analisa o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, em nota.
A expectativa do sindicato é de que este quadro somente se reverterá quando, além do prosseguimento da queda da inflação e dos juros, forem tomadas medidas efetivas para a reativação da economia. "Por isso é tão relevante a aprovação das reformas trabalhista e da previdência, melhorando o ambiente de negócios e proporcionando segurança jurídica ao emprego formal", comenta Romeu Ferraz.
INDÚSTRIA PAULISTA
O nível de emprego da indústria de transformação paulista cresceu 0,45% em março, com a criação de 9,5 mil postos de trabalho, sem considerar os ajustes sazonais.
De janeiro a março, houve elevação de 0,62% com a abertura de 13,5 mil vagas, revertendo o resultado negativo (-1,33%), registrado no primeiro trimestre do ano passado.
Os dados são da Pesquisa de Nível de Emprego do Estado de São Paulo, do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). De acordo com a entidade, o crescimento foi puxado pelo segmento de açúcar e álcool.
“O resultado positivo de março mais que compensou a queda verificada em fevereiro. Essas oscilações são normais e mostram que o emprego tende a se estabilizar”, diz, em nota, o gerente do Depecon, Guilherme Moreira.
Dos 22 setores pesquisados, oito ampliaram as contratações, 12 enxugaram o quadro e dois mantiveram a estabilidade. Os maiores avanços ocorreram nas indústrias de coque, petróleo e biocombustíveis (7,31%) e de produtos alimentícios (2,47%). Já os que mais fizeram cortes foram os setores de produtos diversos (-1,82%) e de impressão e reprodução de gravações (-0,98%).
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