Argentina libera importações de produtos brasileiros
Governo Macri acaba com burocracia que prejudicava a entrada de produtos importados no país
O novo governo argentino anunciou nesta segunda-feira (14/12) duas medidas para incentivar as exportações de carne e grãos e destravar as importações de produtos de outros países, inclusive do Brasil.
O ministro da Produção da Argentina, Francisco Cabrera, garantiu que, a partir de 31 de dezembro, deixa de vigorar a Declaração Jurada de Autorização a Importação (DJAI) – uma medida burocrática, usada pela ex-presidente Cristina Kirchner para equilibrar a balança comercial quando faltavam dólares no país.
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Criada em 2012, a DJAI é um documento outorgado pelo governo, autorizando determinadas importações que, segundo queixas de empresários brasileiros, muitas vezes servia para atrasar ou inviabilizar importações.
Os produtos ficavam retidos na fronteira à espera do sinal verde e se fossem perecíveis ou estacionais acabavam sendo devolvidos.
Segundo Cabrera, dos 19 mil produtos que dependiam de uma DJAI para entrar na Argentina, 18 mil poderiam ter licenças de importação automáticas.
Além dessa medida, um decreto do recém-eleito presidente Mauricio Macri reduz, de 35% a 30%, o imposto sobre exportação de soja e isenta as exportações de trigo, milho, girassol e carne bovina.
Os impostos foram criados por sua antecessora em 2008, quando os preços das commodities eram altos. E foram mantidos, mesmo depois, para financiar o gasto público.
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Macri espera que a diminuição da carga tributária leve o setor agrícola (principal motor da economia argentina) a liquidar as exportações de grãos, que eles estocaram.
Pelos cálculos dos economistas, se isso ocorrer, entre US$ 8 bilhões e US$ 10 bilhões entrariam no país, reforçando as escassas reservas do Banco Central.
FOTO: Agência Brasil